top of page

Por que gostamos mais de produtos usados por quem admiramos

  • Foto do escritor: Rafael Marques Barboza
    Rafael Marques Barboza
  • 24 de jul.
  • 3 min de leitura

No mês passado, fui impactado pelo anúncio abaixo da Isdin Brasil no Instagram:


ree
ree

ree

ree

ree

O anúncio é claro: apresenta o produto FusionWater MAGIC by Alcaraz, um protetor solar que, segundo a marca, foi cocriado com o atleta Carlos Alcaraz e, dessa forma, pensado e formulado especialmente para esportistas. O anúncio também convida as pessoas a visitar o perfil da marca no Instagram. Ao ver o anúncio, fiquei pensando: pessoas que são esportistas ou que gostam de esportes, especialmente de tênis, não querem um simples protetor solar. Elas querem o protetor solar do Carlos Alcaraz. Por quê? Porque é alguém que elas gostam e admiram dentro desse universo. Enquanto escrevo este texto, Carlos Alcaraz tem 7 milhões de seguidores no Instagram. É possível entender onde quero chegar?


ree

Um protetor solar cocriado com Carlos Alcaraz é muito mais interessante para quem gosta de tênis do que um protetor solar comum.


Da mesma forma, os homens, especialmente aqueles que gostam de futebol, não querem apenas um shampoo. Eles querem o shampoo do Cristiano Ronaldo, do Vini Jr., do Haaland, porque "os melhores usam o Nº 1".

ree

Acho que não é necessário mostrar aqui quantos seguidores o Cristiano Ronaldo, o Vini Jr. e o Haaland têm no Instagram, TikTok ou em qualquer outra rede social, pois você provavelmente já tem uma ideia de que são muitas pessoas.


Embora eu tenha dito que não era necessário mostrar esses números, acabei encontrando essa imagem do Visual Capitalist que mostra as pessoas mais seguidas no Instagram em 2024. E olhe quem está em primeiro lugar. Sim, ele mesmo, Cristiano Ronaldo.

ree

A questão que merece uma reflexão mais profunda, em minha opinião, é: o produto passa a ter mais valor simbólico e emocional quando é usado ou endossado por alguém de quem gostamos ou que admiramos.


Uma pesquisa da YouPix, em parceria com a Nielsen, citada em uma matéria do Meio & Mensagem em fevereiro de 2025, mostra que 80% dos consumidores compram produtos sugeridos por creators. Isso explica por que, hoje em dia, praticamente todo conteúdo de marca ou campanha conta com um squad de influenciadores, personalidades, atletas ou qualquer pessoa que possua algum tipo de audiência que determinado grupo admire ou com a qual se identifique de alguma forma.


Hoje, o verdadeiro ponto de virada para a construção da marca de uma maneira mais relevante não é necessariamente focar em ideias e ações de mídia massiva, mas sim entender e definir, primeiro, o nicho/subcultura no qual a marca quer se concentrar e, segundo, definir territórios que a marca irá abordar em sua comunicação e que irão guiar todas as ações da marca de forma muito mais consistente e relevante.

Considerando que os algoritmos das redes sociais são projetados para manter as pessoas conectadas pelo maior tempo possível e que funcionam com base na compreensão das preferências individuais, oferecendo conteúdos alinhados ao "for you" de cada pessoa, cabe às marcas escolher um espaço cultural no qual possam ser extremamente relevantes, atraindo pessoas interessadas nesse mesmo universo.


No final das contas, quando uma marca consegue se posicionar de forma relevante dentro de um nicho/subcultura cujas pessoas realmente se importam com aquilo que ela prega em sua comunicação e representa em termos de imagem, ela deixa de ser apenas mais uma marca para se tornar uma extensão da identidade dessas pessoas.


Para se aprofundar mais nesse assunto, recomendo a leitura de For the Culture: The Power Behind What We Buy, What We Do, and Who We Want to Be, de Marcus Collins, que explora e explica brilhantemente todos esses conceitos.

Comentários


bottom of page