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Esses dias, no intervalo do almoço, tirei uns minutos para descansar. O sol estava ótimo. Então, Gabi e eu nos sentamos próximo à piscina para aproveitá-lo.


“A mente deve poder descansar — ela se levantará melhor e mais aguçada após uma boa pausa”, escreveu Sêneca em Sobre a Tranquilidade da Alma. “Assim como campos ricos não devem ser forçados — pois rapidamente perderão sua fertilidade se nunca lhes for dada uma pausa —, assim também o trabalho constante na bigorna fraturará a força da mente. Mas ela recupera seus poderes se for deixada livre e descansada por algum tempo. Trabalho constante dá origem a um certo tipo de embotamento e debilidade na alma racional.”


Descansar. Essa é uma palavra que parece estar quase “proibida” hoje em dia. É como se, para sermos relevantes, precisássemos estar sempre produzindo alguma coisa. Isso é um saco. Há momentos em que não quero fazer nada.


— Matilde Campilho


O problema é que: a imagem que você passa constrói quem você é para os outros. As marcas são construídas dessa forma e a sua marca pessoal também.


Embora eu queira descansar e todo mundo queira em algum momento, mostrar que estou descansando não é a melhor imagem que eu poderia estar passando, especialmente na sociedade atual, a sociedade do desempenho.


“A sociedade disciplinar de Foucault, feita de hospitais, asilos, presídios, quartéis e fábricas, não é mais a sociedade de hoje”, escreveu Byung-Chul Han em Sociedade do Cansaço. “Em seu lugar, há muito tempo, entrou uma outra sociedade, a saber, uma sociedade de academias de fitness, prédios de escritórios, bancos, aeroportos, shopping centers e laboratórios de genética. A sociedade do século XXI não é mais a sociedade disciplinar, mas uma sociedade de desempenho.”


O que vou dizer agora pode parecer inusitado. Uma vez recebi uma proposta de trabalho na DM do Instagram. Eu tinha seguido a pessoa que me fez essa proposta no LinkedIn e posteriormente no Instagram também. Ela me mandou uma mensagem falando que eu a tinha seguido e que o meu perfil tinha chamado bastante a atenção dela para uma vaga que ela tinha em aberto. Foi uma surpresa. Ela não me conhecia pessoalmente. Ela tinha apenas uma imagem de quem eu era a partir do que ela viu no meu perfil. Não que o que estivesse no meu perfil não fosse quem eu era; pelo contrário, era, e era bastante.


Isso é um ponto importante: você pode construir a imagem que você quer de você para os outros. Mas ela só vai se sustentar se for verdadeira.​​​​​​​​​​​​​​​


Dito isso, você pode pensar conscientemente em três coisas: 1. quem você é; 2. o que você faz que ajuda a expressar quem você é; 3. como você mostra isso às pessoas de modo que construa a imagem que você quer para você.


Aqui está um framework que desenvolvi usando o Diagrama de Venn que pode ajudá-lo a olhar para isso.


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Se você não quiser que as pessoas tenham uma imagem qualquer de você, pode conscientemente tentar construí-la, como as marcas fazem o tempo todo. Não se esqueça de descansar no processo.

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