- 28 de jan.
- 2 min de leitura

Há alguns dias, estive em uma reunião com um novo cliente. Foi uma reunião muito boa, especialmente para ouvir sobre os desafios que eles vêm enfrentando. Após todos se apresentarem, nosso CEO pediu licença para projetar na TV uma apresentação sobre a agência. Porém, após alguns minutos de apresentação, um dos diretores que faz parte do time do cliente educadamente interrompeu a fala do nosso CEO e começou a falar sobre os principais desafios que eles vêm enfrentando, na visão dele. Enquanto isso, seus colegas frequentemente complementavam com outros pontos. Foi ótimo, porque estávamos lá para isso: ouvi-los, entender como podemos ajudá-los e, principalmente, definir por onde devemos começar. Adorei quando um dos diretores disse, não exatamente nessas palavras, o seguinte: “Vocês precisam ser criativos, usar a criatividade para nos ajudar. Precisamos nos diferenciar no mercado.”. Senti que ele e seus colegas estavam animados por terem uma agência para ajudá-los este ano. Nem preciso dizer que esse sentimento me deixou animado também — embora, na verdade, eu já esteja dizendo isso agora.
Acho que o valor de uma agência está na sua capacidade de agregar uma nova perspectiva ao negócio, à marca e ao produto do cliente.
Há alguns anos, assisti a uma aula ministrada pela Fabiana Andreoli, atual Global Brand Manager na Natura, que abriu minha cabeça sobre o que um cliente espera de uma agência. Tenho um PDF dessa aula até hoje, salvo em uma pasta no Google Drive que chamo de Planning Toolkit. O que ela disse nessa aula foi o seguinte: “Como cliente, eu espero que a agência me ajude a estourar a própria bolha.” Isso porque, na visão dela, como cliente, ela passa 90% do tempo discutindo questões da marca, do produto e da categoria, e apenas 10% se abastecendo de outras informações.
Enquanto os clientes estão profundamente imersos em suas marcas, produtos e na categoria em que atuam, as agências, por outro lado, têm uma visão mais ampla, pois se relacionam com outras marcas, categorias, consumidores e culturas. Isso naturalmente possibilita que as agências enxerguem um horizonte mais amplo de possibilidades — algo que muitas vezes os clientes não conseguem perceber no dia a dia, pois estão envolvidos em inúmeras outras atividades relacionadas ao negócio.
Então, como uma agência pode ajudar os clientes a estourarem a própria bolha?
De acordo com a Fabiana Andreoli, existem algumas formas de fazer isso:
Entender o problema;
Trazer um novo ponto de vista;
Contribuir com a estratégia da marca de forma construtiva;
Trazer referências, novos jeitos de fazer;
Construir estratégias criativas eficazes.
Para cada um desses tópicos, existe uma oportunidade para as agências agregarem o seu ponto de vista. E é exatamente isso que os clientes esperam que façamos.
Se você quiser saber mais sobre o que os clientes querem e como os estrategistas podem ajudar, Julian Cole possui um excelente documento sobre o assunto. Clicando aqui, você acessa uma versão do documento em inglês, e clicando aqui, uma versão traduzida para o português. Os conselhos são bastante úteis. Vale a pena dar uma olhada.